Como cristãos devemos demonstrar a capacidade de viver em paz com todos. Se sonhamos com uma nova terra onde reina a paz, devemos desenvolver neste mundo a capacidade de viver em harmonia. Ellen White diz ao considerar a diversidade étnica e cultural que:
“Não existe pessoa nem nação que seja perfeita em todos os seus costumes e pensamentos. Uma precisa aprender da outra. Por isso Deus quer que as diversas nacionalidades se coordenem para chegar a ser um só povo, em sua visão e propósitos. Será assim, exemplificada a união que há em Cristo. […] Esperamos nos encontrar com nossos irmãos no Céu? Se pudermos conviver com eles aqui vivendo em paz e harmonia, poderemos, então com eles viver lá. Mas, como poderemos com eles estar no Céu se aqui não conseguimos viver sem lutas nem contendas contínuas? […]Precisamos de mais benignidade, compaixão e cortesia. Passaremos por este mundo uma única vez. Não nos esforçaremos por estampar o caráter de Cristo nas pessoas com quem convivemos?” (White, 2007, p. 295 e 298)
Benignidade, compaixão, cortesia e a capacidade de conviver com o diferente são desenvolvidas por meio da educação no lar, na igreja e também na escola. Mas, como ensinar benignidade, compaixão e cortesia com quem é diferente, se as escolas em geral atraem estudantes que compartilham das mesmas características étnicas e culturais?
Uma escola precisa ser intencional em buscar diversidade étnica e cultural. Para tanto muitas se inserem em programas de mobilidade internacional de estudantes, enviando ou recebendo estudantes. Entre 1990 e 2014, o número de estudantes em mobilidade internacional quase quadruplicou, passando de 1,3 milhão para 5 milhões (ICEF, 2015). No contexto das instituições de ensino superior adventistas destaca-se a Andrews University, listada como a segunda universidade mais diversa culturalmente nos Estados Unidos (MORSE, 2016).
Benefícios
Em um estudo realizado exclusivamente com instituições de ensino superior cristãs, pertencentes à uma mesma denominação religiosa, envolvendo 99 entrevistas com administradores, professores e estudantes, nos cinco continentes, foram identificados os seguintes benefícios:
Benefícios para os Estudantes | Benefícios para a Instituição |
1. Desenvolvimento de uma rede de contatos internacionais; | 1. Desenvolvimento de uma rede de contatos internacionais; |
2. Desenvolvimento de tolerância e boa-vontade para com as diferenças culturais; | 2. Acesso a maior quantidade e variedade de recursos; |
3. Fortalecimento ou ampliação do sentimento de pertencer à uma comunidade cristã mundial; | 3. Divulgação da instituição e apelo publicitário para atrair mais estudantes; |
4. Modelos mentais mais amplos e mais abrangentes; | 4. Expansão na oferta de programas e cursos; |
5. Superação de barreiras linguísticas; | 5. Superação de barreiras linguísticas; |
6. Autoconhecimento e maturidade; | 6. Adoção de padrões acadêmicos internacionais equivalentes; |
7. Ampliação das oportunidades de trabalho. | 7. Ampliação das possibilidades de exposição dos valores cristãos e testemunho. |
Importante destacar que estes benefícios não compõem uma lista do que se deseja alcançar, mas os resultados vivenciados por pessoas e instituições que atuam em um contexto de mobilidade internacional de estudantes.
É bem provável que ao ler esta lista de benefícios você esteja pensando nos riscos envolvidos quando uma escola decide se envolver com mobilidade internacional de estudantes. Obviamente a busca desses benefícios não ocorre sem a presença de riscos que, sim, podem por tudo a perder. Mas riscos, são apenas riscos. Não são promessas. Na pior das hipóteses, são medos, receios e preconceitos apresentados como desculpas para não avançar.
Para refletir:
1. Dentre os benefícios listados qual ou quais a minha escola mais tem necessidade de desenvolver? Por que? Você conseguiria coloca-los em ordem de prioridade, seja para os estudantes, seja para a instituição?
2. Que fatores impedem que esses benefícios sejam alcançados?
3. Uma escola adventista étnica e culturalmente diversa pode ser mais eficaz na realização da sua missão? Por que?
Referência: MÜCKENBERGER, E. Processo de internacionalização do ensino superior: estudo de casos múltiplos em um sistema de ensino superior confessional internacional. 2014. 623 f. Tese (Doutorado)-Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2014.
Ranking de universidades nos Estados Unidos mais diversas culturalmente
Dados sobre mobilidade internacional de estudantes
Nota: Artigo escrito e postado em Português
1 comments
Bom texto que nos faz refletir sobre nossa missão de pensar e agir local e globalmente