Photo: Pixabay
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Ideias para ensinar educação financeira para crianças

É importante desenvolver na infância, valores que contribuam para a formação de pessoas pensantes e autônomas que saibam adotar uma nova postura diante da realidade econômica.

South American March 28, 2018

O consumo excessivo é um hábito para muitas pessoas que sofrem com a desordem econômica. A nova geração de crianças é constantemente influenciada pelas propagandas na TV, na Internet e outdoors para consumir bens de forma desnecessária. Portanto, é importante desenvolver na infância, valores que contribuam para a formação de pessoas pensantes e autônomas que saibam adotar uma nova postura diante da realidade econômica.

Segundo Modernell, autor de livros sobre educação financeira infantil, os pais têm errado ao pensar que dinheiro não é assunto para criança. “Dinheiro faz parte da vida e a criança tem que aprender a lidar com ele”. É no espaço familiar e escolar que esta educação inicia. A escola é um ambiente onde estudantes aprendem não somente os conhecimentos cognitivos, mas também o que lhes proporciona capacidade de administrar sua vida em sociedade

Apesar de a educação financeira ser recorrente em conteúdos de matemática, também pode ser trabalhada a interdisciplinaridade. Os alunos poderão aprender o impacto da inflação nas vidas das pessoas, construir sua própria horta como forma de economia, ouvir histórias bíblicas (filho pródigo, José e Faraó) e fábulas explorando valores morais como honestidade, respeito, cortesia. Poderão produzir textos coletivos e individuais, desenvolver o conceito de sustentabilidade reutilizando sucatas para a construção de cofres e objetos para venderem; realizar a leitura de panfletos para comparação de preços das mercadorias dos diferentes supermercados frequentados pelas famílias, e outras situações educativas.

Essas situações contribuem para que os educandos adquiram noções básicas para serem consumidores conscientes. “A educação financeira não precisa ser uma matéria. Ela pode ser desenvolvida em sala de aula pelos professores de qualquer disciplina”, analisa Silvia Morais, superintendente da AEF (Associação de Educação Financeira do Brasil).

A escola é um espaço importante para o desenvolvimento deste tema. Uma atividade eficaz é a criação de uma feira de compra e venda em que as crianças devem trazer de casa, com a permissão da família, alguns brinquedos e demais objetos em desuso para “vender” na escola. O dinheiro pode ser simbólico, mas na sala de aula terá valor real. À medida que forem realizando tarefas pedagógicas na escola, os alunos receberão uma quantia como premiação pelo desempenho escolar, bons relacionamentos e diferentes atividades. Assim saberão a necessidade do trabalho honesto para receberem seus salários.

Essa feira poderá acontecer uma vez por semana num período de trinta dias, quando cada aluno monta a sua “loja” na sala de aula. Durante o processo, o professor observará as diferentes situações problemas que surgirão para poder então, intervir quando necessário, elaborando questionamentos que levem o comprador e o vendedor à reflexão sobre a lei da oferta e da procura.

Uma das estratégias é a ampliação dos negócios que levem à participação da família na produção de artesanatos feitos com sucatas. Para estabelecer prioridades no uso do dinheiro ganho com esta atividade, a criação de um banco para depósito com senha definida pelo próprio aluno é uma estratégia de economia.

Com a prática bem desenvolvida em sala de aula, o aluno estará pronto para saídas pedagógicas em supermercados, afim de administrar o seu próprio dinheiro, tendo em mente sempre as seguintes questões: O que irei comprar é um desejo ou uma necessidade? Eu tenho dinheiro suficiente para pagar o que estou comprando? Quais as vantagens e desvantagens de efetuar tal gasto? Isso corresponde ao valor que estou pagando?

Este artigo é a parte 1 de uma série de dois artigos. Semana que vem será publicada a parte 2.


Nota: Artigo escrito e postado em Português

Author

Kátia Regina Lanzendorf

Pós-graduada em Metodologia e Práticas de Ensino, atua como professora há mais de 24 anos na rede de Educaçao Adventista. Atualmente trabalha na Escola Adventista de Tubarão, Brasil. Trabalhou 12 anos com a educação infantil e oito anos com alfabetização. Em 2015 passou a lecionar para a turma do 5º ano.

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