Photo: Pixabay
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O desafio de lidar com as emoções

Os alunos precisam ser orientados por ambos como administrar essa enxurrada de tecnologia e sentimentos desorganizados.

South American March 21, 2018

Receber as gerações com personalidades e necessidades diferentes como X, Y, Z e, principalmente, Alpha (essa última com crianças nascidas a partir de 2010) em nossas instituições pode ser desafiador. Elas são diretamente influenciadas pelas novas tecnologias, velocidade das mudanças sociais, excesso de informações e, consequentemente, o superficial aproveitamento acadêmico. Somado a isso, muitas revelam grandes problemas em suas inteligências emocionais.

Diante dessa realidade, o abismo que separa seus tutores impossibilita-os de influenciarem essas crianças. A falta de tempo em casa e o excesso de compromissos afastam ainda mais os filhos de seus pais e, consequentemente, essas crianças passam pouco tempo na companhia de seus mentores.

Reconstruir essa ponte muitas vezes é uma questão de sobrevivência para professores, que tentam de alguma maneira compartilhar conhecimento de maneira a impactar positivamente o futuro dos alunos. As crianças podem até saber de cor o nome de todos os “youtubers” com mais “views” da atualidade, mas, por exemplo, têm dificuldade ou não querem amarrar seus cadarços. Quando são confrontados ou se sentem frustados, demonstram total descontrole emocional agredindo verbalmente e fisicamente quem estiver ao seu alcance. São imaturos emocionais.

Em 1945 a educadora Dorothy Law Nolte escreveu um classico poema intitulado: “As crianças aprendem o que vivenciam”. Os conceitos apresentados trazem verdades importantes para professores se inspirarem diante desse desafio:

Se as crianças vivem ouvindo críticas, aprendem a condenar.

Se convivem com a hostilidade, aprendem a brigar.

Se as crianças vivem com medo, aprendem a ser medrosas.

Se as crianças convivem com a pena, aprendem a ter pena de si mesmas.

Se vivem sendo ridicularizadas, aprendem a ser tímidas.

Se convivem com a inveja, aprendem a invejar.

Se vivem com vergonha, aprendem a sentir culpa.

Se vivem sendo incentivadas, aprendem a ter confiança em si mesmas.

Se as crianças vivenciam a tolerância, aprendem a ser pacientes.

Se vivenciam os elogios, aprendem a apreciar.

Se vivenciam a aceitação, aprendem a amar.

Se vivenciam a aprovação, aprendem a gostar de si mesmas.

Se vivenciam o reconhecimento, aprendem que é bom ter um objetivo.

Se as crianças vivem partilhando, aprendem o que é generosidade.

Se convivem com a equidade, aprendem o que é justiça.

Se convivem com a bondade e a consideração, aprendem o que é respeito.

Se as crianças vivem com segurança, aprendem a ter confiança em si mesmas e naqueles que as cercam.

Essas profundas verdades ainda são reais nos dias de hoje. Pais precisam gerenciar o tempo demonstrado que sua prioridade sempre será a família. Por outro lado, a escola deve propiciar capacitação das habilidades emocionais para seu corpo docente. Os alunos precisam ser orientados por ambos como administrar essa enxurrada de tecnologia e sentimentos desorganizados. Essa conscientização de todas as partes é de suma importância para que os profissionais possam ter êxito e uma melhor qualidade de vida.


Nota: Artigo escrito e postado em Português.

Author

Hellen Cristina Lima

É pedagoga e concluiu em 2017 especialização em coordenação e orientação, no Instituto de Ensino do Paraná. Atualmente atua como orientadora educacional do Colégio Adventista de Florianópolis, em Santa Catarina, Brasil. Trabalha há 11 anos na Educação Adventista.

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