Era 1988. Um garoto de apenas 12 anos estudava em uma boa escola pública. Ele tentava entender como se estudava, porque ninguém o havia ensinado já que seus pais tinham pouco estudo. Depois de reprovar dois anos, o menino teve um “start”: “preciso estudar para ser alguém”.
Começou a procurar vários métodos até conseguir um que atendesse às suas necessidades. Procurava constantemente refazer, refazer e refazer todos os exercícios que os professores passavam em sala de aula. Matemática foi a mais difícil, mas com o tempo, se tornou a mais fácil. As boas notas começaram a vir e a insistência fez com elas continuassem. O aluno que era tido como um dos piores da sala, agora tinha um sonho de fazer uma faculdade e, quem sabe, ser um professor no futuro.
Essa é a minha história. Leciono matemática, a matéria que me trazia mais arrepios. Como professor, percebi que não era tão fácil transmitir o conhecimento, e que muitas mentes vêm com traumas e preconceitos com a matemática, e esses, são os primeiros detalhes que temos que tentar resolver. Hoje, trabalho para mostrar para os meus alunos que é possível aprender matemática sem sofrimento e o quanto ela pode ser prática no dia a dia.
Neurocientistas dizem que o homem recorda mais facilmente as informações que estão associadas ao prazer. É importante que ele esteja exercitando a matemática, mesmo sem perceber.1 Ao longo dos anos, tenho utilizado em minhas aulas algumas ferramentas simples, mas que têm feito toda a diferença no aprendizado dos meus alunos. Segue algumas sugestões que poderão ajudá-lo em suas aulas:
- Torre de Hanói – conhecida como jogo, mas a utilizo como introdução de função exponencial onde os alunos descobrem, jogando, a fórmula do jogo e onde aparece a letra no expoente.
- Matemática do sabão – as figuras espaciais (como o tetraedro e o cubo) são mergulhadas em água e sabão, resultando em um efeito 3D. Utilizo como introdução à Geometria Espacial. Nesse mesmo conteúdo fazemos a construção de domos geodésicos com jornais enrolados bem finos. São várias formas mostrando a resistência do triângulo mesmo que sendo feito com jornais.
- Tecnologia – nesse contexto prático, também percebo que é inegável a importância da tecnologia no ensino da matemática. Hoje, mais que antes, é essencial que o professor aprenda a conviver com as novas tecnologias. Isso requer um esforço grande e muita preparação para que o foco não seja perdido. O uso de aplicativos e jogos no celular bem utilizados são ferramentas incríveis de aprendizado. O smartphone é o melhor instrumento a ser usado em sala de aula e muitas vezes também é o vilão.
- Fotos com o smartphone – tenho usado muitas vezes para dinamizar as aulas onde os alunos tiram fotos dos conteúdos da lousa economizando o tempo de escrita.
- Aplicativos – ainda dentro dessa proposta, utilizo, também aplicativos como: matemática rápida, rei da matemática, fórmulas matemáticas, geometria plana e espacial, geogebra, funções matemáticas e muitos outros, facilitando, e muito, o aprendizado e desenvolvimento dos conteúdos.
Finalmente, o professor deve ter um conhecimento prévio daquilo que vai trabalhar para fazer um bom uso do instrumento. O uso dessas novas ferramentas e das antigas clamam por interdisciplinaridade para uma chance de cooperação, interação e socialização entre disciplinas e alunos – uma nova forma de ensinar matemática.
Tudo que você pensar em usar em matemática para deixar sua aula mais interessante, use; o pouco muitas vezes faz toda diferença. Na maioria das vezes enfrentamos dificuldades, seja pelo tempo, falta de material, pressão dos superiores e conteúdo, mas não devemos deixar que essas coisas atrapalhem a oportunidade de transformar vidas através da matemática.
Referência Bibliográfica
1 Cálculo – ano 4 – número 45 – outubro 2014. www.editorasegmento.com.br ISS 2179/1384.
1 comments
Gracias por esas estrategias tan utiles en la enseñanza de las Matemáticas. Me gustaría agregar una que en mi desempeño como docente de Matemáticas me daba buenos resultados:
Intriducir los temas con historias de los personajes en relación a su aportación al tema en cuestión a fin de ver las Matemáticas en un contexto más personal.